Traficantes queimaram o veículo e mataram cinco pessoas. Entre as vítimas desse atentado, uma criança de dois anos. Doze pessoas ficaram feridas. Os passageiros do 350, que estava lotado, viveram cenas de terror na terça-feira à noite, no subúrbio da cidade.

Moradores de uma rua na Penha, zona norte do Rio, passaram a manhã comentando o atentado em que cinco pessoas morreram. Eram dez e meia da noite quando um grupo de homens fez sinal para o ônibus da linha 350, que parou. Os homens entraram no ônibus e o motorista foi arrancado do volante e espancado. Em seguida, os bandidos jogaram gasolina na lataria do veículo e puseram fogo.

Os passageiros que estavam atrás da roleta tentaram sair pela porta de trás, que estava fechada. Enquanto isso, do lado de fora, os homens jogavam bombas incendiárias para dentro do ônibus. A partir daí, segundo relatos de moradores, foram momentos de pânico e terror. “Pessoas caindo, pegando fogo, saindo pelas janelas em chamas, se debatendo.”

Os passageiros morreram carbonizados, entre eles, uma criança de dois anos. Onze feridos foram levados para o hospital. O pai de uma jovem internada revelou o drama da filha. “Chegaram agredindo, muito horror, foi muito rápido.”

Segundo a polícia, o ataque foi feito por traficantes de uma favela próxima e seria uma vingança pela morte de um dos bandidos da quadrilha. Em menos de um mês, este é o terceiro atentado de bandidos contra passageiros de ônibus no Rio. No dia 3 de novembro, um jovem morreu e outras sete pessoas ficaram feridas, depois que um microônibus foi atingido por tiros de fuzil, na zona oeste.

A polícia afirmou que os disparos foram feitos por traficantes. No dia seguinte, na zona norte, bandidos incendiaram um ônibus em represália à morte de um rapaz, em confronto com a polícia. Em casa, mas ainda muito assustada com a violência de terça-feira, uma jovem de 20 anos disse que estava dormindo quando o ataque começou. “Nunca mais a imagem vai sair da minha cabeça. Não existe fazer isso com pessoas inocentes, pessoas que estão voltando do trabalho.”

“Defino isso com um ato de barbárie. São bandidos da pior espécie, que sabiam que estavam matando pessoas inocentes. Nós temos que ter todo o rigor. Polícia e sociedade na caça desses bandidos”, disse Álvaro Lins, chefe da Polícia Civil do RJ.